
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Maurycy_Gottlieb_-_Jews_in_the_Synagogue_1878.jpg
O cristianismo nasceu do judaĆsmo sem sombra de dĆŗvida, porĆ©m, este nasceu do atenismo? O que o Deus Ćnico judaico-cristĆ£o tem em comum com Aton, o Deus Ćnico de Akhenaton?
O nome de Deus foi escrito como YHWH, mas a tradiĆ§Ć£o hebraica insiste que seja pronunciado como ADONAI, muito diferente de YHWH para ser considerado uma forma alternativa para a palavra. Adonai Ć© o plural enfĆ”tico de Adon, tal qual Elohim Ć© o plural de El, como nos ensinou Ahmed Osman.
Adon Ć© uma palavra que tem a mesma raiz ou origem etimolĆ³gica de Atum, Aton, Aten e tambĆ©m de Ć”tomo, mas, Ć© igualmente raiz para Adonis e Adonai, cujo significado Ć© "primeiro", "Ćŗnico", "indivisĆvel". As palavras At n
um, Aton, Adon e Aten estĆ£o associadas Ć adoraĆ§Ć£o do Sol. Uma vez que as letras "D" e "T" sĆ£o intercambiĆ”veis, especialmente no norte do Levante, ou seja, na regiĆ£o onde ficava Mitani e HarĆ£, Adon era Aton, o deus de Akhenaton. Quando os egĆpcios proibiram o atenismo em todo o territĆ³rio do Egito, inclusive em CanaĆ£, os hebreus nĆ£o podiam desafiar a lei. EntĆ£o, apenas em reuniƵes fechadas de oraĆ§Ć£o eles pronunciavam o verdadeiro nome de Deus: Adonai, nas palavras de Osman.
Para Charles Chandler o Atenismo Ć© a fonte do judaĆsmo primitivo. Diz ele: ApĆ³s o exĆlio dos hereges de Amarna o atenismo ressurgiu no judaĆsmo onde comeƧaram a ensinar uma nova fĆ©. Os paralelos mais importantes entre o atenismo e o judaĆsmo sĆ£o: A semelhanƧa entre o Grande Hino a Aton, encontrado na tumba de Ay em Amarna e atribuĆdo a Akhenaton, e o Salmo 104, encontrado no Tanakh. Observa-se que no JudaĆsmo os Salmos compƵem o Ćŗnico livro do qual as oraƧƵes sĆ£o recitadas diariamente, e os judeus ortodoxos recitam especificamente o Salmo 104 em sua totalidade todas as manhĆ£s, atĆ© os dias atuais. Outro paralelo Ć© a semelhanƧa entre a descriĆ§Ć£o da Arca da AlianƧa nas Escrituras e a Arca de Anubis, encontrada na tumba de Tutankamon.
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Diz Chandler, no Egito era comum o uso da arca para transportar um conteĆŗdo importante. Se fosse dedicada a um deus especĆfico, poderia haver uma representaĆ§Ć£o da divindade no topo, como Anubis, filho de OsĆris e Nephthys. A simbologia de Anubis Ć© "Aquele que conduz no deserto". Quando as pessoas se encontravam perdidas no deserto era fundamental encontrar as pegadas desse animal, pois elas sempre conduzem em direĆ§Ć£o a um oĆ”sis, portanto, Ć salvaĆ§Ć£o.


As andanƧas no deserto durante 40 anos, transportando algo precioso, lembra muito os sĆmbolos egĆpcios que os hebreus conheciam muito bem quando estiveram exilados no Egito. Eles conheciam o simbolismo da arca e dos querubins, por isso adicionaram esta peƧa Ć tradiĆ§Ć£o hebraica.
Contudo, no judaĆsmo, a presenƧa dos querubins no topo da Arca da AlianƧa Ć© estranha, pois estes poderiam ser transformados em objetos de adoraĆ§Ć£o, uma vez que seus seguidores periodicamente caĆam na idolatria nos momentos de fraqueza e, como se sabe, a idolatria Ć© explicitamente proibida no contexto mais amplo do JudaĆsmo.
Outra possibilidade Ć© que os querubins tenham entrado no judaĆsmo durante o Cativeiro BabilĆ“nico, pois eram populares na BabilĆ“nia apesar de raros em CanaĆ£. Com a proibiĆ§Ć£o da idolatria, diz Chandler, e a proibiĆ§Ć£o de adorar os inĆŗmeros deuses, as Ćŗnicas criaturas mĆticas que sobreviveram no judaĆsmo foram os anjos, que sĆ£o como pessoas, mas com asas, capazes de cruzar a fronteira entre este mundo e os outros. Os querubins judeus e egĆpcios sĆ£o representados assim:

Replica da Arca da ElianƧa. George Washington Masonic National Memorial https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Royal_Arch_Room_Ark_replica_2.jpg
Os querubins judeus mantĆ©m o mesmo simbolismo que os seres alados egĆpcios. Eles indicam que o objeto de adoraĆ§Ć£o estĆ” dentro e nĆ£o acima, os seres alados estĆ£o colocados nos cantos do sarcĆ³fago para guardar o conteĆŗdo, o corpo do faraĆ³.
Outro paralelo entre o Atenismo e o JudaĆsmo, segundo Chandler, sĆ£o os nomes e funƧƵes dos dois principais oficiais religiosos sob Akhenaton e sob MoisĆ©s. Os dois maiores sacerdotes de Akhenaton eram: Meryre II, o Sumo Sacerdote de Aton no templo de Amarna, e Panehesy, o Servo Chefe de Aton no templo de Akhenaton.
Os dois maiores sacerdotes de MoisĆ©s foram: Merari, filho de Levi, cujos descendentes foram os responsĆ”veis pelo tabernĆ”culo, e Fineias, filho de Eleazar, cuja famĆlia era responsĆ”vel pelo santuĆ”rio. Acontece que no Talmud Fineias Ć© Pinhas, o equivalente egĆpcio a Panehesy.
AlĆ©m dessa "coincidĆŖncia"(?), o pai de MoisĆ©s, āAmramā, no AlcorĆ£o Ć© chamado de āImranā. Ocorre que Im-r-n, Ć© uma palavra em egĆpcio e Ć© outro nome de Aton.
Outro paralelismo entre judaĆsmo e atenismo, diz Chandler, Ć© a tradiĆ§Ć£o hebraica de guardar o sĆ”bado, Shabat. Ao se analisar esta palavra temos que a forma grega Ć© sabbaton, que deu origem ao sabbatum usado na BabilĆ“nia tardia, que significava sabbath, palavra que tem duplo significado: "pacificar" e "Sol". Esta seria uma mistura estranha de significados, a menos que, Ć© claro, a palavra fosse originalmente uma combinaĆ§Ć£o de āsabaā, que significa āseteā e Aton, quando a cada 7 dias o povo de Amarna se pacificava e adorava o deus Sol. Diante destas evidĆŖncias, Chandler conclui que as duas religiƵes compartilhavam o mesmo nĆŗcleo. AlĆ©m disso, segundo ele, Ć© difĆcil acreditar que grupos isolados de iletrados pastores de ovelhas nas montanhas da Judeia tenham ido direto do paganismo primitivo para as abstraƧƵes do judaĆsmo primitivo. Por outro lado, houve uma progressĆ£o teolĆ³gica constante no Egito, primeiro com o conceito de Atun, desenvolvido durante as primeiras dinastias, depois retomado no Templo de Om em HeliĆ³polis, sobretudo durante as dinastias dos reis hicsos {que para alguns teĆ³ricos eram os hebreus}, posteriormente reinterpretado por Akhenaton que o chamou de Aton {Atum+Om = Aton}.
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Gravado na tumba destinada ao faraĆ³ Akhenaton, em Amarna, que jamais foi usada por ele, encontra-se o Grande Hino a Aton, disposto em treze colunas verticais de hierĆ³glifos. Ć o principal documento para o estudo das concepƧƵes religiosas desenvolvidas por Akhenaton, composto em meados do sĆ©culo 14 aC. Os tĆŗmulos de pedra de vĆ”rios cortesĆ£os em Amarna {Akhetaton, a cidade fundada por Akhenaton} tĆŖm oraƧƵes ou hinos semelhantes Ć divindade Aton, mas a versĆ£o longa foi encontrada na tumba do faraĆ³ Ay, sucessor de Tutankhamon, filho de Akhenaton. Diversos autores destacam a semelhanƧa entre o Hino de Akhenaton e o Salmo 104 da BĆblia.
GRANDE HINO A ATON
Tu surges belo no horizonte do cĆ©u, Ć³ Aton vivo, que deste inĆcio ao viver. Quando te ergues no horizonte oriental, todas as terras se enchem de tua beleza. Tu Ć©s belo, grande, resplandecente, excelso sobre todo o paĆs; Os teus raios iluminam as terras atĆ© o limite de tudo o que criaste.
Tu apareces na perfeiĆ§Ć£o da tua beleza,
No horizonte do cƩu, Disco vivente, Criador de vida;
Tu Ć©s belo, grande, brilhante. Erguido acima de todo o universo,
Os teus raios abraƧam as regiƵes atƩ ao horizonte de tudo o que crias.
Tu Ć©s o princĆpio solar [Ra], reges os paĆses atĆ© os seus limites,
Tu os ligas pelo do teu filho que amas. Tu te afastas, no entanto, os teus raios tocam a terra;
Tu estƔs diante dos nossos olhos, o teu caminho permanece desconhecido;
Tu te deitas no horizonte ocidental, o universo estĆ” nas trevas, como morto.
Os homens dormem em seus quartos, com a cabeƧa tapada, e ninguĆ©m reconhece seu irmĆ£o.
Roubam-lhes os bens de debaixo da cabeƧa, e eles nĆ£o se apercebem.
Todos os leƵes saem dos seus esconderijos, todos os rƩpteis mordem.
O mundo jaz em silĆŖncio, pois existe a mais profunda treva.
O seu criador repousa no horizonte.
Tu [Aton] te ergues na aurora, no horizonte, Tu, disco solar, Brilhas durante o dia,
Tu dissipas as trevas, expandes teus raios.
O duplo paĆs estĆ” em festa. Os homens despertam. Erguem-se sobre os seus pĆ©s,
Pois Ć©s tu que fazes com que eles se levantem. Lavam-se os corpos e depois se vestem,
Seus braƧos desenham gestos de adoraĆ§Ć£o quando tu te ergues.
O universo inteiro pƵe-se a trabalhar,
Cada rebanho satisfeito com a sua pastagem. Ćrvores e ervas verdejam,
Os pƔssaros, que voam de asas abertas para fora dos ninhos,
Executam atos de adoraĆ§Ć£o ao teu Poder vital.
Todos os animais saltitam sobre as patas, todos os que voam, todos os que movem vivem ao teu acordar.
As barcas dĆ£o Ć vela, subindo e descendo a corrente, cada dia estĆ” aberto, tu apareces.
No rio os peixes saltam em direĆ§Ć£o a ti. Os teus raios penetram no coraĆ§Ć£o da Terra Verde [o mar].
Tu fazes com que o embriĆ£o nasƧa dentro das mulheres. Tu produzes a semente dentro do homem,
Tu dĆ”s vida ao filho no seio materno, tu o apazĆguas como quem para as lĆ”grimas.
Tu Ć©s a ama-de-leite do que ainda se abriga no seio,
Tu dƔs constantemente o sopro para conferir vida a todas as criaturas.
No momento em que a criatura sai da matriz para respirar,
Tu lhes abres completamente a boca, tu ofereces o que Ʃ necessƔrio.
O pequeno pƔssaro estƔ no ovo, pipila na sua casca. No interior tu dƔ-lhes o sopro, tu lhes dƔ vida.
Tu ordenaste para ele, um tempo de gestaĆ§Ć£o medido com rigor, tornando-o completo;
Ele quebra a sua casca por dentro e no instante fixado, ele sai e marcha em seus pƩs.
Como sĆ£o numerosos os elementos da criaĆ§Ć£o, ocultos aos nossos olhos,
Deus Ćŗnico sem igual. Tu crias o universo segundo o teu CoraĆ§Ć£o consciĆŖncia, quando estavas sozinho.
Homens, rebanhos, animais selvagens, tudo o que vive sobre a terra,
Deslocando-se abre os prĆ³prios pĆ©s, tudo que estĆ” nas alturas e voa, asas estendidas,
Tu colocas cada homem na sua funĆ§Ć£o, tu lhes concede o que lhe convĆ©m.
As lĆnguas sĆ£o mĆŗltiplas na sua maneira de se expressar, seus caracteres sĆ£o diferentes.
A cor da pele Ć© distinta, tu diferenciaste os povos estrangeiros.
Tu crias um Nilo no mundo inferior e o fazes surgir segundo a tua consciĆŖncia,
Para dar vida aos homens do Egito, assim como a fizeste para ti mesmo.
Tu Ć©s seu Senhor, tu cuidas deles, Senhor de todas as regiƵes, tu te ergues em benefĆcio delas.
Disco do dia, grande de dignidade, dĆ”s vida a cada paĆs estrangeiro, ainda que afastado.
Tu colocas um Nilo no cĆ©u, e ele desce para eles, ele dĆ” forma Ć s correntes de Ć”gua
Para regar os seus campos e as suas cidades. Como sĆ£o excelentes os teus desĆgnios.
Ć Senhor da eternidade!
O Nilo no cĆ©u Ć© um dom de Ti aos estrangeiros, para todo animal do deserto que anda sobre as prĆ³prias patas; Para a terra Amada [O Egito], o Nilo vem do mundo inferior.
Os teus raios amamentam todos os campos, tu te ergues, eles vivem, crescem para ti.
Tu regulas harmoniosamente as estaƧƵes, tu desenvolves toda a criaĆ§Ć£o.
O inverno tem por funĆ§Ć£o dar o frescor, o calor fazer com que os homens te apreciem.
Tu crias o cĆ©u ao longe, tu te ergues nele, tu abraƧas todo olho da criaĆ§Ć£o.
Tu permaneces em tua unidade. Tu te levantas em sua forma de disco vivo.
Que aparece e resplandece, que estĆ” distante e que estĆ” perto.
Tu retiras eternamente milhƵes de formas a partir de ti mesmo, e continuas na tua Unidade.
Cidades, regiƵes, campos, rios, todos os olhos te vĆŖem. Tu Ć©s o disco do dia acima do universo.
Se tu te afastas, nenhum dos seres por ti engendrados existe, Nem mesmo para te contemplar.
Nenhum dos que engendraste te vĆŖ, tu resides no meu coraĆ§Ć£o.
NĆ£o existe outro que te conheƧa, com exceĆ§Ć£o do teu filho Akhenaton.
Que Tu torna ciente dos teus projetos e do teu poder.
O universo vem ao mundo sob a tua mĆ£o, como tu o crias.
Tu te ergues, ele vive. Tu te deitas, ele morre.
Tu Ć©s a extensĆ£o durĆ”vel da vida, vive-se de ti. Os olhos fixam continuamente a tua perfeiĆ§Ć£o,
AtƩ que tu te deitas; Tu te deitas no Ocidente e cessa todo trabalho.
Quando te ergues, tu fazes crescer todas as coisas para o rei;
O movimento apodera-se de toda perna, tu pƵes em ordem o universo,
Tu o fazes surgir para teu filho, saĆdo do teu Ser, o rei do Alto e do baixo Egito,
Que vive da harmonia universal, o senhor do duplo paĆs, Filho de Ra,
Que vive da harmonia universal, Senhor das coroas, Akhenaton,
Que a duraĆ§Ć£o da sua vida seja grande!
Que a sua grande esposa que ele ama, a senhora do duplo paĆs, Nefertiti,
Viva e rejuvenesƧa, para sempre, eternamente.
Do livro 'Nefertiti e Akhenaton o casal solar' de Christian Jacq
SALMO 104

MoisĆ©s ā MiquelĆ¢ngelo. Pinterest
Ć Deus Eterno, que todo o meu ser te louve!
Ć Eterno, meu Deus, como Ć©s grandioso!
EstĆ”s vestido de majestade e de glĆ³ria e te cobres de luz.
Estendes os cƩus como se fossem uma barraca
e constrĆ³is a tua casa sobre as Ć”guas lĆ” de cima.
Usas as nuvens como o teu carro de guerra e voas nas asas do vento.
Fazes com que os ventos sejam os teus mensageiros
e com que os relĆ¢mpagos sejam os teus servidores.
Tu puseste a terra bem firme sobre os seus alicerces,
e assim ela nunca serĆ” abalada.
Cobriste a terra com o oceano profundo, como se ele fosse uma capa,
e as Ɣguas ficaram acima das montanhas.
PorƩm, quando repreendeste as Ɣguas, elas fugiram;
quando ouviram o teu grito de comando, saĆram correndo.
As Ɣguas correram pelos montes e desceram para os vales,
indo ao lugar que preparaste para elas.
Tu puseste um limite para as Ć”guas a fim de que nĆ£o cobrissem de novo a terra.
Tu fazes surgir nascentes nos vales, e os rios correm entre os montes.
Da sua Ɣgua bebem todos os animais selvagens;
com ela os jumentos selvagens matam a sede.
Nas margens dos rios, os pƔssaros fazem os seus ninhos
e cantam entre os galhos das Ɣrvores.
Do cƩu tu envias chuvas para os montes,
e a terra fica cheia das tuas bĆŖnĆ§Ć£os.
Fazes crescer capim para o gado e verduras e cereais para as pessoas,
que tiram da terra o seu alimento.
Fazes a terra produzir o vinho, que deixa a gente feliz;
o azeite, que alegra; e o pĆ£o, que dĆ” forƧas.
Muita chuva cai sobre as Ɣrvores do Deus Eterno, sobre os cedros,
que ele plantou nos montes LĆbanos.
Ali os pƔssaros fazem os seus ninhos,
e as cegonhas constroem as suas casas nos pinheiros.
As cabras selvagens vivem no alto das montanhas,
e as lebres se escondem nos rochedos.
Tu fizeste a lua para marcar os meses;
o sol sabe a hora de se pƓr.
Tu fizeste a noite,
e todos os animais selvagens saem quando escurece.
Os leƵes novos rugem enquanto caƧam, procurando a comida que Deus dƔ.
PorĆ©m, quando o sol aparece, eles voltam e vĆ£o se deitar nas suas covas.
EntĆ£o as pessoas saem para o serviƧo e trabalham atĆ© a tarde.
Ć Deus Eterno,
Tu tens feito tantas coisas e foi com sabedoria que as fizeste.
A terra estĆ” cheia das tuas criaturas.
Ali estĆ” o mar imenso, enorme,
onde vivem animais grandes e pequenos,
tantos, que nĆ£o podem ser contados.
No mar passam os navios,
e nele brinca LeviatĆ£, o monstro marinho que tu criaste.
Todos esses animais dependem de ti,
esperando que lhes dĆŖs alimento no tempo certo.
Tu dƔs a comida, e eles comem e ficam satisfeitos.
Quando escondes o rosto, ficam com medo;
se cortas a respiraĆ§Ć£o que lhes dĆ”s,
eles morrem e voltam ao pĆ³ de onde saĆram.
PorƩm, quando lhes dƔs o sopro de vida, eles nascem;
e assim dĆ”s vida nova Ć terra.
Que a glĆ³ria do Deus Eterno dure para sempre!
Que ele se alegre com aquilo que fez!
O Eterno olha para a terra, e ela treme;
[Seus raios] tocam nas montanhas, e eles soltam fumaƧa.
Cantarei louvores ao Deus Eterno enquanto eu viver;
Cantarei ao meu Deus a vida inteira.
Que o Eterno fique contente com a minha canĆ§Ć£o,
pois Ć© dele que vem a minha alegria!
Que desapareƧam da terra aqueles que nĆ£o querem saber de Deus,
e que os maus deixem de existir!
Que todo o meu ser te louve, Ć³ Deus Eterno!
Louvem ao Deus Eterno!

No mundo religioso nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.
Hoje, com o avanƧo da arqueologia e de outras ciĆŖncias, pode-se constatar que AbraĆ£o e MoisĆ©s trouxeram para o judaĆsmo um conjunto de crenƧas e rituais que jĆ” faziam parte das antigas religiƵes da SumĆ©ria e do Egito, que por sua vez devem ter herdado de outras religiƵes ainda mais antigas. Por sua vez, o cristianismo admite sua filiaĆ§Ć£o judaica, porĆ©m sem procurar os antecedentes dessa heranƧa, muito mais antigos.
Se no universo religioso nada se cria, nada se perde, tudo se transforma, Ć© imperativo fazer um retorno ao passado da humanidade, o mais longĆnquo possĆvel, em busca dos vestĆgios que permitam compreender a transformaĆ§Ć£o da GRANDE MĆE em DEUS PAI. Aqui estamos apenas comeƧando...

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